quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Melancolia
A verticalização na arquitetura da Vila Mada parece inevitável. O tombamento proposto por alguns moradores, inviável. Mas o que realmente se perderá no bairro – bem longe do capitalismo das empreiteiras – são os estilos de vida que transitam entre o passado artesanal e o futuro/presente tecnológico.
Vertical
É tudo uma questão de tempo – e de dinheiro. A verticalização da Vila Madalena segue a passos largos. Não fosse a recusa de alguns proprietários em vender seus imóveis para empreiteiras, torres e edifícios já estariam pipocando em todo o bairro. O maior obstáculo para as construtoras é que, para erguer um prédio que valha a intervenção, precisam adquirir de quatro a cinco casinhas térreas. Por enquanto, o valor oferecido beira R$ 1 milhão – com forte resistência. Porém, se a oferta ultrapassar esta cifra não haverá quem resista.
Na Rua Madalena, por exemplo, o martelo foi batido pela construtora Idea! Zarvos em várias casinhas e sobrados, mas esbarraram na resistência de dois moradores que não pretendem desfazer-se de seus imóveis tão facilmente. “Ofereceram-me R$ 800 mil. Imagina, tenho quintal com árvores frutíferas e uma paz que não se compra em lugar nenhum”, diz o proprietário Carlos, do nº 196. Já Mário, morador da casa de nº 66, afirma que não deixa o imóvel por menos de R$ 2 milhões. “Será o preço de um apartamento.”
Entretanto, o que se vê na Vila é a expansão do setor imobiliário – ainda que, de certa forma, contida – com as cores da Zarvo (tapume vermelho, de latão) em vários pontos do bairro. Entre no site da construtora e veja o que está sendo feito.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Retratos, Aniversário e Tombamento
Não se surpreenda com os fuscas/instalação cheios de girassois ou com pinturas conceituais posicionados em pontos estratégicos da Vila; nem com os outdoors que trazem uma negra nua em pelo; tampouco com as séries de fotos inusitadas, em dezenas de estabelecimentos.
Trata-se da 3ª Mostra São Paulo de Fotografia em comemoração ao aniversário da cidade, com mais de 30 exposições simultâneas. Imagens antigas e contemporâneas de sampa fazem parte do evento.
A interferência cultural aproveita o gancho para solicitar a adesão de todos na preservação do bairro que corre o risco de perder suas casinhas seculares para os feiosos arranhas-céu. (www.movimentopelavila.com.br)
www.mostraspdefotografia.com.br
Orgânico em Casa
Aos poucos, a Vila torna-se um dos principais bairros na oferta de produtos orgânicos. Há lojas de roupa, restaurantes especializados, mercadinhos e até clínicas de beleza exclusivas.
Eis que surge outro agente importante na disseminação da proposta, cujo objetivo, além do consumo sadio e sustentável, é a preocupação com o meio ambiente. São os vendedores de artigos hortifruti que participam diretamente da cadeia alimentícia – desde a produção até a entrega.
“Existem donas de casa que confiam tanto na gente a ponto de deixar a chave com o porteiro para que levemos a mercadoria até o apartamento”, diz o empresário Rafi Boudjikian, de O Bom Verdureiro.
www.obomverdureiro.com.br (11 – 3486-0330)
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