quarta-feira, 14 de abril de 2010
Histórias da Vila
Cícero tem controle total de sua vida – do começo ao fim. Faz de tudo, mas não tem emprego fixo, nem patrão. Eletricista, mecânico, encanador, serralheiro, chaveiro, pintor...
Mora há décadas em casa própria, na Rua Wizard e leva os dias de uma maneira amena, quase artesanal. Difícil é encontrar Cícero parado, sem nada fazer. Ele, cujo ‘escritório’ é a garagem da residência, está sempre com as mãos ocupadas, seja serrando um enorme tronco para a estufa ao lado, seja consertando algum automóvel ou passeando com o cachorro fred.
Além dos inúmeros ‘bicos’ proporcionados pelas inúmeras habilidades, ele encontrou nova receita para aumentar a renda familiar: alugou a parte da frente do imóvel para umas senhoras que trabalham com confecção. Reformou a parte de trás e lá se instalou com a mulher e o filho.
Simples, forte, simpático, camarada, Cícero poderia ser a pura tradução do espírito da Vila. “Só não abro mão de uma boa pescaria”, diz. E quando ele se joga nessa aventura volta sempre com alguma iguaria para os amigos. Outro dia ele entrou no barzinho da esquina – quase em frente a sua casa – com um prato nas mãos. “É carne de javali, caça das boas.”
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