Vestir, Comer, Sorrir

Um dos espaços mais chiques da Vila conjuga moda e restaurante. Cada um na sua praia, com administração e donos separados. A sofisticação da loja Uma, do casal Raquel e Roberto Davidowicz, está não só no design e cores das coleções – pelas mãos da própria Raquel. Mas, também, na decoração do ambiente, que mais lembra uma instalação. Com sede no Pacaembu, há tentáculos nos Jardins e no Leblon (Rio).

Já o Back Gastrobar (dos sócios Dudu, Karina e Rafael), cheio de petiscos e frutos do mar, ocupa o corredor que leva ao restaurante fechado. Nem precisa dizer que agora, no verão, as mesas da parte externa são as mais disputadas. Serviço impecável, ótima comida, a experiência só doi um pouco na hora da conta.

Rua Girassol, 273. (www.uma.com.br) (www.gastrobar.com.br)

Rabat

Há uma quadra na R. Harmonia, entre a Madalena e a Wisard, cuja concorrência do comércio, entre bares, lojas e restaurantes está acirrada. Antes, o Jacaré, misto de bar/restaurante, predominava ao lado do argentino Che, o natural Banana Verde e a loja de roupas Organic – uma das primeira à base de produtos naturais. Sempre lotados!!!

Eis que, de repente, chegam o Seu Boteco (ao lado do Jacaré), com tema de franquia carioca – que inclui samba, chorinho e batucadas aos fins de semana; uma loja de almofadas; duas de camisetas; uma de lingerie; outra de comida caseira delivery; além da Drogaria São Paulo, Hering, Lojas Americanas... Enfim! A rua está concorrida...

E chega, também, o Tanger, com aquele jardim de jasmin, cheiro de lótus e óleos essenciais.

Restaurante marroquino, com cardápio inusitado e decoração conjugada (Oriente Médio + Vila Madalena), tem vários ícones que remetem àquele país e ambiente propício. Couvert com confit de berinjela, patê de fígado e pimentões, juntam-se ao cuscuz que leva sobrecoxa de frango com mel, gengibre, frutas secas, suco de laranja... Jarras e pratos de porcelana acompanham o cordeiro ao vinho... 
Preço bom e serviço muito bom! Shukran!!!!!!!!!!!!!!!

Rua Harmonia, 359 (www.restaurantetanger.com.br)

Entradas

Um visual que sempre impressiona-me na Vila são as entradas das casas, dos comércios, os corredores longínquos e floridos. Questiono-me, cheio de curiosidades, sobre o que acontece lá em cima, quando as pessoas chegam à sala de estar para uma conversa íntima acerca dos problemas comuns. Um café fresco, os raios do sol... aquelas plantas verdes e tão bem cuidadas....
Convidem-me para um chá e contem-me sobre suas vidas!!!  

O Ilusionista

Quando não está tragando seu cigarrinho enquanto observa o movimento na Rua Wisard, Diego Belda está produzindo fumaça na cozinha de seu restaurante, o Rothko – nome inspirado no pintor russo Mark Rothko. Além de empresário e artista plástico, o cara também é um exímio chef. Seu cardápio tem um quê da modernidade que imprimiu nos extintos CB e Casa Belfiori, ambos na Barra Funda, com forte verve musical. Imagina um hambúrguer envolto em fumaça ou um sashimi de melancia com espuma de gengibre?

A criatividade de Belda não para por aí. O design interior da casa é despretensiosamente charmoso e qualquer um que tenha vivido os anos 1980/90 vai, de cara, se identificar.

Rua Wisard, 88. (www.rothko.com.br)

Mercearia

 Misto de bar, café, livraria, lanchonete e galeria, o Mercearia existe há quase 60 anos. Capitaneado pelo português Manoel – que passou a batuta para o filho Alexandre (Alê) –, já foi balada, restaurante e lugar para festas privadas. Pertinho do Beco do Batmã, na Aspicuelta, lá pode-se beber uma boa cachaça enquanto se observa a composição do ambiente, cheio de quadros e objetos vintage.

Alê é multimídia, um de seus talentos é o grafite. Ao lado do bar do pai, o artista abriu o Saldão de Garagem, onde vende de tudo. Agora está empenhado no lançamento de um livro infantil. “Antes o agito no Mercearia era intenso. Com a lei do Psiu e reclamação da vizinhança ficamos mais quietos”, diz. O genitor, Manoel, é um dos mais antigos moradores da Vila. Bater um papo com ele, enquanto se degusta uma porção de frios, é saber muito sobre os primórdios do bairro.      

Rua Aspicuelta, 42.

Sagrado

Iemanjás de Minas, Orixás da Bahia, Frida Kalo do Rio... Na lojinha Santo Espaço, que fica na Wisard – quase em frente ao restaurante Rothko –, é possível encontrar obras artesanais de diversos pontos do Brasil. Há predominância de imagens e signos de cunho religioso mas lá tudo se mistura. A proprietária, Dayane Antunes, decidiu garimpar os objetos durante as costumeiras viagens que realiza pelo país. O resultado é uma explosão de talento e cores que saem de mãos habilidosas, como as ‘necessaires’ bordadas pelas artesãs de Maceió (AL).

O negócio está dando tão certo que Dayane prepara uma intensa investida pelas regiões Norte e Nordeste. “Estamos lançando um site para o ‘e-commerce’”, adianta o atendente Ivan.  
      
Rua Wizard, 69. (www.santoespaco.com.br)

Dominado

Com o Boteco Seu Domingos, as esquinas das ruas Aspicuelta e Fidalga estão sob domínio de empresário Flávio Pires. O japonês Sake Sushi e o badaladíssimo Quitandinha fecham o cerco. A especialidade do espaçoso bar, além dos tradicionais petiscos, são as caipirinhas – das mais variadas frutas. É relativamente novo no pedaço.

Rua Fidalga, 289 (esq. c/ Aspicuelta).

H2O

A galera do Degust Água, que abastece boa parte do bairro, é conhecida pela agilidade e simpatia. Basta estar nas ruas para deparar-se com a trupe bem-humorada. São mais de 250 galões por dia. Outro dia um deles caiu da moto na Harmonia e rolou uns bons quarteirões – o que foi motivo de chacota.

Rua Wisard, 20.  (www.degustagua.com.br)

Memórias

Menu rotativo e variado, o AK Vila abriu suas portas há pouco e já faturou prêmio no circuito gastronômico paulistano. Acompanhei a reforma da casa, cuja decoração traz as clássicas mesinhas de madeira e aquecedores a gás. Bomba aos fins de semana. As receitas da expert chef Andrea Kaufmann resgatam suas próprias experiências de vida. Deu certo! Entre as inúmeras opções, Chupe Peruano (sopa condimentada e apimentada com camarão, arroz e ovo pochê), Peito de Pato (com laranjinhas kinkan caramelizadas) e Lagostins (com manteiga de anchovas, raspas de limão e salada de ervas).  

Rua Fradique Coutinho, 1240 (www.akvila.com.br)

Itaipava Beat

Bizarra a cena. As portas traseiras do veículo que transportava cerveja abriram-se em movimento. Em meses de chuva, as íngremes ruas da Vila traduzem-se em espessas cascatas – de água, transparente! Na tarde de sexta, a corredeira fluiu em tom amarelado, colorindo a subida da Harmonia... e provocando muitas risadas – de deboche – entre os espectadores. “Que desperdício!”, “Putz, os caras não travaram as portas!”, “Noosssaaaa!!!!!”.

Deu dó dos caras na maior adrenalina a recolher os cacos... Mortificados pelos gritos indignados de motoristas apressados...

Mares

 

De passo sobre a calçada na Fidalga, surge um longo corredor-verde. Logo à porta, o cardápio do dia baseado na culinária mediterrânea: ‘peixe à dorê, arroz de frutos do mar...’. No labirinto, a poucos passos, depara-se com restaurante, jardim tropical e um imenso bar, cheio de mesas e cadeiras com ar ‘vintage’. Trata-se do Vila Jardim, ‘gastropub’ que se revela somente aos transeuntes atentos e aos antenados plantonistas. Há espaço para muitas intervenções como música ao vivo, sobretudo ‘lounge’. Ás sextas, África e Cuba aterrissam por lá na cola do evento La Fiesta em que ritmos como ‘salsa’, ‘merengue’, ‘zouk’, afrobeat’ e outros bombam no recinto. E dá-lhe rum!!!!! E dá-lhe mojito!!!!   
   
Rua Fidalga, 501. (www.restaurantevilajardim.com.br)