Na sexta, 2 de
novembro – Dia de Finados –, rolou a ‘Fiesta da Vila’, evento de extrema
importância para a Vila Madalena. Na esteira do Parque Linear que todos
defendem (resgate do submerso e judiado Rio Verde que percorre várias ruas,
inclusive os becos Aprendiz e Batman) houve uma democrática ocupação de vias e
vielas que jazem na sujeira do esquecimento.
Iniciativa do
Projeto Aprendiz, da construtora Idea! Zarvos e de várias organizações, o
objetivo do Parque, além de reverter o impacto ambiental causado pelo Consórcio
Via Amarela (metrô), é transformar áreas degradadas em polos culturais. Os
grafites dos becos – verdadeiras obras de arte – convivem com o vandalismo
predatório e lixo, muito lixo. Para medir o grau de abandono do vigoroso Rio Verde – que em época de chuva transborda e provoca pânico –, basta ver o trecho aparente no Beco do Aprendiz e observar os inúmeros canos brancos de esgotos clandestinos. Com a força das chuvas, tudo transborda em níveis assustadores. Segundo a urbanista Raquel Rolnik, em entrevista ao jornal O Estado de SP, ‘as áreas mais atingidas pela tempestade do Sandy, nos EUA, foram aquelas aterradas sobre os rios’.
O Parque, com jardins, ciclovia, quadras, etc, resolverá o problema das enchentes, do excesso de carros, trará segurança, lazer, e qualificará o trabalho de artistas concentrados na região que imprimiram no bairro o caráter cultural.
Independentemente do projeto, no entanto, a simples ocupação de becos e trechos ermos por comerciantes e artistas aos fins de semana e feriados já ergue uma bandeira de apropriação devida e autêntica dos espaços públicos ociosos, negligenciados pelo poder público desde sempre.
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