sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ESTE BLOG ESTÁ DESATUALIZADO. MIGROU PARA 'vilamadalenablog.wordpress.com' ou 'blog vila madalena' pelo facebook.



quarta-feira, 22 de maio de 2013

CORINGA










Reduto de grafiteiros, cinegrafistas e fotógrafos – q utilizam o espaço como cenário –, o Beco do Batman entrou no circuito internacional da street art – e de assaltantes à espreita de turistas. “Estava passando por lá quando vi dois adolescentes franzinhos com arma em punho e uma fila de gringo sentado no chão”, diz o taxista Luciano. “Acelerei e atiraram no carro. A bala quase atingiu minha passageira”, explica, enquanto ergue o capô para indicar o perigo.
“Meu filho estava chegando da escola no momento do assalto mas eles o deixaram entrar em casa”, lembra a moradora do Beco, Tânia, atrás das grades da janela. “Estou com muito medo”. De acordo com Pablo, do Tag and Juice – no âmago da principal rua –, há cerca de uma semana houve arrastão. “As pessoas entravam correndo para se esconder.”

“Foi realmente uma loucura”, diz a proprietária do bar, na esquina do Beco, Nilsa. “Os turistas pediam desesperadamente que guardasse seus equipamentos.”

O setor imobiliário também mostra as garras. Sobrados estão sendo construídos com vista para o cenário.

Os únicos que não ganham dinheiro com o movimento são os artistas que embelezaram o quadrilátero com pinturas - abandonado pelo poder público.  

Segundo relatos, os caras abordam as pessoas com armas de fogo, abrem bolsas, mochilas e pedem que coloquem todos os pertences no interior. Nos últimos dias, policiais à paisana têm circulado na região.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Recorte Transversal









Há muitas galerias de arte no bairro: Fortes Vilaça, Milan e Raquel Arnaud... Mas a Transversal, que está aqui desde 2012, tem no catálogo artistas de muitos recortes. Oswaldo Goeldi, Wagner Morales, Norbert Schwontkowski, Nelson Kon, Ana Prata… Ponha mais oxigênio para ver o resultado. Surpreendente!!!  
Rua Fidalga, 545. (www.galeriatransversal.com.br)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Responsibility




  
 




A construtora Idea!Zarvos abriu recentemente a Galeria Idea! Zarvos, na esquina da rua Harmonia c/ Madalena, na Vila Madalena. As maquetes de futuros prédios inspiram. O m2? R$ 13.470. No bairro ainda é possível conviver com uma arquitetura secular, pequenas casas, revoadas de pássaros e o verde necessário. 
Há prédios projetados por Isay Weinfeld e outras feras, que, na proposta estética, incluem a busca por soluções urbanísticas e sustentáveis como a preocupação com o entorno.

Acontece que a própria Galeria Idea! Zarvos não está cumprindo a proposta. A poucos metros da casa existe uma pequena área verde, a Praça José Afonso de Almeida, em pleno processo de degradação. Não há lixeiras decentes e o paisagismo está em declínio. A restrita arte vem do Projeto Aprendiz, com os fragmentos de azulejo em bancos e postes.

O resultado é um cenário de abandono que não combina com a estética que a Zarvos propõe.  

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Trincheiras









Há tempos um grupo de moradores, comerciantes e investidores da Vila Madalena reúnem-se para discutir e propor soluções para o Bairro. Liderados pela arquiteta Raquel Rolnik (docente da FAU/USP), eles criaram oficinas onde debatem questões ligadas à verticalização, tombamento, enchentes, conflito de usos, moblilidade, arte e apontam possíveis saídas. O movimento ganhou força na reunião de 11/11/2012, quando cartazes foram divulgados na região.

As discussões interessam principalmente aos donos de pequenos imóveis que acompanham desconfiados o surgimento de vários edifícios de luxo. Até mesmo os apartamentos do BNH, na Rua Delfina, triplicaram o preço.


O adensamento – agravado pelo caráter boêmio do bairro –, que despejou frotas de veículos, inclusive ônibus, pelas estreitas ruas levou o grupo a disseminar o conceito de ‘gentileza urbana’ para pedir aos motoristas mais tolerância, já que o problema do trânsito é de âmbito civil, não militar. Nesse ponto existe a reivindicação de calçadas mais largas. 

O avanço da verticalização divide opiniões. Há os que defendem a paralisação imediata da construção de prédios e os que pedem um Plano de Bairro, com diretrizes de planejamento urbano. Todos concordam que as transformações do bairro não estejam atreladas à especulação imobiliária.

O que se pretende é chegar a uma equação que conjugue a identidade da Vila, caracterizada por casinhas, vielas, árvores, pássaros, ao inevitável desenvolvimento tecnológico. “Precisamos pensar na construção de um projeto participativo de um plano para quem vive, quem investe e quem usa o bairro. A partir disso, podemos pensar quais os instrumentos que vão estar de fato a serviço deste plano. Pode ser que seja o zoneamento, pode ser que seja o tombamento e tudo o que quisermos inventar”, explica Raquel Rolnik.


Se a moda pega, adeus subprefeituras, adeus corrupção, adeus desvio de verba... (salve a Internet!!!).

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Os Donos da Rua













Na sexta, 2 de novembro – Dia de Finados –, rolou a ‘Fiesta da Vila’, evento de extrema importância para a Vila Madalena. Na esteira do Parque Linear que todos defendem (resgate do submerso e judiado Rio Verde que percorre várias ruas, inclusive os becos Aprendiz e Batman) houve uma democrática ocupação de vias e vielas que jazem na sujeira do esquecimento.
Iniciativa do Projeto Aprendiz, da construtora Idea! Zarvos e de várias organizações, o objetivo do Parque, além de reverter o impacto ambiental causado pelo Consórcio Via Amarela (metrô), é transformar áreas degradadas em polos culturais. Os grafites dos becos – verdadeiras obras de arte – convivem com o vandalismo predatório e lixo, muito lixo.

Para medir o grau de abandono do vigoroso Rio Verde – que em época de chuva transborda e provoca pânico –, basta ver o trecho aparente no Beco do Aprendiz e observar os inúmeros canos brancos de esgotos clandestinos. Com a força das chuvas, tudo transborda em níveis assustadores. Segundo a urbanista Raquel Rolnik, em entrevista ao jornal O Estado de SP, ‘as áreas mais atingidas pela tempestade do Sandy, nos EUA, foram aquelas aterradas sobre os rios’.

O Parque, com jardins, ciclovia, quadras, etc, resolverá o problema das enchentes, do excesso de carros, trará segurança, lazer, e qualificará o trabalho de artistas concentrados na região que imprimiram no bairro o caráter cultural.

Independentemente do projeto, no entanto, a simples ocupação de becos e trechos ermos por comerciantes e artistas aos fins de semana e feriados já ergue uma bandeira de apropriação devida e autêntica dos espaços públicos ociosos, negligenciados pelo poder público desde sempre.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Especulação






Fiquei chocado ao passar em frente à casa do músico Brunitz e vê-lo sobrepondo com tinta branca uma das artes que mais gostava. Uma artista canadense havia imprimido a soberba índia nórdica em seu muro. Fui à casa do artista Sérgio Fabris, ali pertinho, e juntos, fomos tirar satisfação.
“É pessoal, parte o coração ter que fazer isto”, diz Brunitz. “O dono do imóvel exigiu.”
Entramos na casa, transformada em stúdio de VT, onde ele morou por oito anos. “O proprietário duplicou o aluguel, sem acordo. Não posso pagar”, explica, enquanto aponta as incontáveis reformas, adaptações e texturas que fez. “Tá difícil morar na Vila!”

Fotografei a pintura algumas vezes. Está eternizada... E será emoldurada.

Brunitz (bandadaesquina.com)