terça-feira, 23 de outubro de 2012

Especulação






Fiquei chocado ao passar em frente à casa do músico Brunitz e vê-lo sobrepondo com tinta branca uma das artes que mais gostava. Uma artista canadense havia imprimido a soberba índia nórdica em seu muro. Fui à casa do artista Sérgio Fabris, ali pertinho, e juntos, fomos tirar satisfação.
“É pessoal, parte o coração ter que fazer isto”, diz Brunitz. “O dono do imóvel exigiu.”
Entramos na casa, transformada em stúdio de VT, onde ele morou por oito anos. “O proprietário duplicou o aluguel, sem acordo. Não posso pagar”, explica, enquanto aponta as incontáveis reformas, adaptações e texturas que fez. “Tá difícil morar na Vila!”

Fotografei a pintura algumas vezes. Está eternizada... E será emoldurada.

Brunitz (bandadaesquina.com)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Fusão










Sou suspeito para falar, já que gosto muito do trabalho de Daniela Saraiva e Sergio Fabris. Dani, arte em muitos padrões, tem em produtos referência do séc. XVIII – ‘Tons do Brasil’. “Às vezes pinto algum ícone tribal e chego a ter medo do significado. Este, por exemplo, invoca o medo”, aponta. Ela intervém em diversos suportes como madeira, tela, parede... Só vendo... e tocando! Pode.
Já Sérgio, bom, basta um passeio para encontrar várias obras suas estampadas pelas paredes do bairro. Sua verve artística – e os tentáculos (rs) – abana paisagens urbanas e objetos tridimensionais.

O que mais gosto é que se conheceram neste ambiente, ao estilo Camille e Rodin – e decidiram juntar-se em ateliê.

R Medeiros de Albuquerque, 313. (www.danielasaraiva.com.br) (sergio-fabris.blogspot.com.br)

Elétrico







A galera da Choque Cultural expõe as obras do grafiteiro João, vulgo Nove. A experiência de ser pai de uma menina e o processo de suportar a demanda – escassa – de mercado fez de Nove um pássaro ao estilo alcatraz. É meu vizinho e falo dele com propriedade. Enquanto passeia com a filha ao redor da piscina – eu, forte, na academia –, pede silêncio quando a pequena adormece. E continuamos o diálogo acrescentando sinais à linguagem surdo/mudo. Suas pinturas lembram muito o aprisionamento e o prazer de mãe (dos pais) frente a um novo ser. E são, simplesmente, belas!
Seu trabalho pode ser visto tanto no acervo da Choque (R Medeiros de Albuquerque, 250), quanto na galeria propriamente dita (R João Moura, 997).

www.choquecultural.com.br

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

PrimaVila








Nessa época do ano, a flora dá a graça no paisagismo ‘natural’ que cobre as ruas da Vila. Cores e formas soberbas despontam a cada esquina. Caminhar pelo bairro em dias de Sol torna-se uma terapia; comer os frutos do pé, um luxo para poucos...